Themis
Primeira vez que coloco imagem. Nada mais justo.
-(—- Themis
Quando a mão Dela começa a pender
Seus olhos enxergam por baixo da venda
E você sabe disso, sabe perder
Sua espada não tem compaixão, conta a lenda
Mesmo assim você paga pra ver
Faz por onde, mesmo que não entenda
E não dá tempo de se arrepender—-)-
Musa. DCLXVI
O Nada
Falta do que ser. Sentir. Nada mais que o vazio.
-(—- O Nada
Algumas vezes são como nunca foram
Os ambientes e características
As bolas de neve
As leis da física
Eu lírico dos livros de história
A vegetar como escória
Até que a contrição seja consumada
E reste para nos abraçar
O nada—-)-
Musa. DCLXVI
Pai
É uma saudade que quase me faz chorar…
-(—- Pai
Há coisas que vem para o bem
Que vão para o bem
Estufando as pálpebras fechadas
E o choro indo alémHá saudade em todo ato
Em cada respirar que deste ontem
Precisavas de um abraço, um “Eu te disse”
E foste fumar, já que nada mais temHá lembrança em cada gesto
Tua mãe se assusta com a genética
Nunca o viste desleixar e ser você mesmo
Teu coração, tua moral, tua éticaHá alívio em sua alma
Sei que tens orgulho e algo mais
Só queria que tivesses tido oportunidade
De ter falado do orgulho que foi chamá-lo de pai—-)-
Musa. DCLXVI
Claridade
Como proceder?
-(—- Claridade
Outra noite contigo
Dilatando minhas pupilas
Seu sorriso e vestido
O andar que aos meus olhos desfilando
Difícil admitir que fiquei admirado
A ponto de querer te pôr na TV
Tornar-te platônica e inalcançável
Como o controle perto da minha preguiça
E eu longe de mim mesmo
Da minha feiura que eu chamo de querer
E do objetivo que apelidei de morte
As palavras que eu fui sincero
E a timidez que reprime meu cumprimentar
Em uma noite que nem em minha casa fiquei a vontade
Só queria cantar e dançar
Sem você
Para sempre—-)-
Musa. DCLXVI
Mancha
Como se coração ficasse limpo lavando com contato físico.
-(—- Mancha
Toda tarde e toda parte
Vou viajando nessa folha de papel
Dizendo milhões de doenças
Morrendo demais em palavras
Olhando as rupturas nos céus
O inferno queimando nas almas
E eu verificando o calendário
Buscando conforto nos feriados
Vendo o passado fazer pensar
Aquele retrato que nunca será
As sombras dançando nas paredes
E eu perdendo a forma racional
Brincadeira sob cordéis de outrem
Com o chão cedendo à minha consciência
Ao meu impressionável cenho franzido
Serenidade da minha certeza
De que foi a raiva que virou concreto
Não o amor que virou vapor—-)-
Musa. DCLXVI